quinta-feira, 21 de maio de 2009

«Tomamos as palavras de Gilles Deleuze em uma entrevista para o jornal Libération (3/10/1983), época em que foi publicado seu primeiro livro sobre filosofia e cinema - A Imagem Movimento -, como inspiração para iniciar Filosofia e Cinema.

Por que tantas pessoas escrevem sobre o cinema? Esta é uma pergunta tão importante para você quanto para mim. Acho que é porque o cinema comporta muitas ideias. O que chamo de Ideias, são imagens que dão o que pensar. A natureza das imagens varia de uma arte para outra, e é inseparável das técnicas: cores e linhas para pintura, sons para a música, descrições verbais para o romance, imagens-movimento para o cinema, etc. E, em cada caso, os pensamentos não estão separados das imagens, são totalmente imanentes às imagens. Não há pensamentos abstratos que se realizariam indiferentemente nesta ou naquela imagem, mas pensamentos concretos que só existem através de tais imagens e de seus meios. Resgatar as ideias cinematográficas é, portanto, extrair pensamentos sem os abstrair, tomando-os em sua relação interior com as imagens-movimento. É por esta razão que escrevemos ‘sobre' cinema. Neste sentido, os grandes autores do cinema são pensadores tanto quanto os pintores, os músicos, os romancistas ou os filósofos (a filosofia não tem qualquer privilégio)".» (in "Centro de Estudos Claudio Upiano: http://www.claudioulpiano.org.br/cinema.html

Isabel Rosete (investigação e divulgação)

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